Fumo passivo mata 10.000 pessoas por ano*
Todos os dias, ao menos sete brasileiros que nunca fumaram na vida morrem por doenças decorrentes da exposição à fumaça do tabaco.**
A pesquisadora Valeska Figueiredo, do Inca, lamenta que estas “são mortes que poderiam ser facilmente evitadas. Isso mostra a necessidade de termos uma legislação mais rígida em relação ao cigarro”.
Ela acredita, inclusive, que o número de mortes provocadas pelo fumo passivo é ainda bem maior. Isto porque a pesquisa considera como fumantes passivos apenas os habitantes de áreas urbanas com mais de 35 anos, que nunca fumaram e que moram com pelo menos um fumante. Ficaram de fora do cálculo, portanto, aqueles expostos à fumaça no ambiente de trabalho e os moradores de áreas rurais bem como aqueles que pararam de fumar e continuaram expostos a fumaça de cigarros.
Além disso, o estudo inclui apenas as três principais causas de morte por tabagismo passivo: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração (como infarto e angina) e acidentes vasculares cerebrais. Outros problemas, como síndrome da morte súbita da infância e doenças respiratórias crônicas, não foram computados.
Se considerarmos todos os grupos atingidos e todas as doenças potencialmente letais que o fumo passivo provoca, teremos seguramente mais de 10.000 mortes anuais ocasionadas por essa exposição à fumaça.
Dependendo da doença, as mortes de mulheres chegam a ser três vezes mais elevadas que as de homens e a faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais.
Ou seja: estamos matando nossos pais e avós com este hábito terrível e piorando acentuadamente a saúde de nossas mães, esposas e filhas!
O tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável do mundo, atrás só do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
No Brasil, ainda cerca de 16% da população é fumante. Já foi 35% mas ainda é muito alto! O que mais precisa ser feito para que este número caia expressivamente? O prazer de fumar vale tremendo estrago na saúde pública, principalmente na saúde de nossos entes mais queridos?
*Baseado em notícia de DENISE MENCHEN da Folha de S.Paulo.
** Os dados constam no estudo “Mortalidade Atribuível ao Tabagismo Passivo na População Urbana do Brasil”, realizado por pesquisadores do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e do Iesc/UFRJ (Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro).