sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

LIBRAS, A LÍNGUA QUE TODOS NÓS DEVERIAMOS SABER

LIBRAS, a língua que todos nós deveríamos saber!

A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é a língua gestual usada pelos surdos. A LIBRAS não é a simples gestualização da língua portuguesa, mas uma língua à parte.
Da mesma forma que nas línguas orais-auditivas existem palavras, nas línguas de sinais existem sinais. Mas para se comunicar em LIBRAS, não basta apenas conhecer os sinais. É necessário combiná-los montando frases e combinar as frases para estabelecer a comunicação.
Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos.
Assim, a LIBRAS se apresenta como um sistema linguístico de fundamental importância para a transmissão de idéias e fatos entre pessoas surdas e também entre surdos e ouvintes.
Contribua você também para a inclusão social da pessoa com deficiência auditiva.

COMDEF-TAUBATÉ – Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Taubaté

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

nOTÍCIA: OPERADORAS QUEREM UNIFORMIZAR CRITÉRIOS PARA BLOQUEIO DE TELEFONES CELULARES

06/01/2010

Operadoras querem uniformizar critérios para bloqueio de telefones Celulares

A uniformização dos critérios para bloqueio de telefones celulares pelas quatro operadoras do país vai ser proposta à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pelas secretarias de Direito Econômico (SDE) e Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça.
O objetivo é reduzir a circulação de aparelhos telefônicos celulares furtados ou roubados, que representa 30% dos furtos de eletrônicos praticados a cada ano, um total de 3 milhões de aparelhos.
A secretária de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Mariana Tavares de Araújo anunciou hoje (6) que a SDE e a Senasp vão encaminhar nota técnica à Anatel propondo que o usuário que tiver seu telefone furtado ou roubado possa pedir à empresa de telefonia o bloqueio do aparelho pelo chassi ou Imei.
O código conhecido como Imei ou chassi é composto por 15 algarismos e muitas vezes consta da nota fiscal do aparelho. Também é possível conhecê-lo digitando no celular #*06*.
“Há uma interface entre o consumo e a violência e está na hora de se criar uma forma incisiva para reduzir a demanda por aparelhos furtados”, diz Mariana Tavares. Ela lembra que estão funcionando hoje no Brasil cerca de 170 milhões de aparelhos. Por isso os cidadãos devem registrar Boletim de Ocorrência (BO) nas delegacias, quando forem vítimas de roubo, furto ou extravio.
Em cerca de 21 estados isso já pode ser feito pela internet. Embora no momento o registro de boletim de ocorrência na polícia ainda não surta muito resultado, conforme ela própria reconhece, é importante para as autoridades conhecerem a verdadeira dimensão que há na interface dos furtos com a segurança pública.
A circulação de aparelhos irregulares ocorre em todas as classes sociais. A secretária da SDE contou que já perdeu um celular durante um voo e o aparelho “passou de mão em mão entre os passageiros: um após o outro, negava estar em seu poder, mas alguém ficou com ele!”.
As operadoras de telefonia têm critérios diferentes para bloquear os aparelhos. Por isso, segundo Mariana. O cidadão precisa comprovar a propriedade do celular quando pedir bloqueio e deve apresentar o boletim de ocorrência policial. Para ela, não seria uma boa ideia recadastrar os aparelhos com um simples requerimento. Como grande parte dos celulares em circulação é furtada, só seriam regularizados aqueles que realmente pudessem ter comprovada a origem lícita.
Ela explicou que o bloqueio de telefones celulares somente pelo número de chamada não é solução, uma vez que o ladrão pode usar um chip pré-pago. O bloqueio do Imei ou chassi deixa o telefone inutilizado, a não ser que seu proprietário legítimo peça a suspensão.

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

SITUADA NO VALE DO PARAÍBA, SÃO SEBASTIÃO PROMOVE, SÉRIE DE ATIVIDADES CULTURAIS

05/01/2010

Prefeitura de São Sebastião promove série de atividades culturais

A Prefeitura de São Sebastião continua com as atividades culturais desenvolvidas pela Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo), para incrementar as férias de verão.
Entre os agitos que prometem entreter moradores, veranistas e turistas estão apresentações de danças, de grupos folclóricos, a exemplo do Caiapó, Folia de Reis, Congada, além de shows musicais, encenações teatrais e saraus, a serem realizados diariamente em frente à Sectur (Secretaria de Cultura e Turismo).
A estátua viva “O Caiçara”, e o show Caiçaríssimo, com a contadora de causos Neide Palumbo, entreterão o público na quinta-feira 7; já na sexta 8, o cantor Rafael Della Guardia se apresentará ao público a partir das 20h.
A agitação do final de semana ficará por conta das apresentações de Caiapó e também de MPB e Bossa Nova com Ardentia, no sábado 9. No domingo 10, quem não viu poderá ver a performance da estátua viva “O Caiçara”; a apresentação da banda municipal “Maestro Manuel Ladislau de Mattos” fechará a noite. Na segunda-feira 11, os visitantes poderão prestigiar o sarau “Donde Miras”, às 20h. Na sexta 15, danças folclóricas serão apresentadas a partir das 20h30 e às 21h, haverá um show com Raízes do Litoral.
Atores locais entrarão em cena na noite de sábado 16, com o teatro de rua; no repertório duas peças: “A lenda do Pontal da Cruz” e “O dia em que o santo pecou”. Depois dos espetáculos teatrais, o público poderá apreciar boa música com o “Detecta Metais”, com MPB e Bossa Nova. No domingo 17, as peças serão reprisadas às 20h e 20h e 30 min e logo após as apresentações, a banda municipal fará sua apresentação.
A programação prosseguirá no dia 20 de janeiro, com apresentação da cultura tradicional de congada e na sexta 22, com a eleição da Corte Momesca. No sábado 23, a Orquestra RRR (Reduzir, Reutilizar e Reciclar), composto por 25 crianças de cinco a oito anos de idade, , se apresentará com som experimental de percussão (feitos a partir de instrumentos criados com material depositado nas praias, como latas, pets, canos etc), a partir das 21h, e no domingo 24, a banda municipal. Na sexta-feira 29, haverá apresentação da Folia de Reis com o grupo do Morro do Abrigo e o show Caiçaríssimo, com Neide Palumbo. No sábado 30, a estátua viva “O Caiçara”, estará de volta em frente à Sectur, às 20h, na sequência, show com Duda Neves Bateria Trio e participação especial de Larissa Cavalcanti, com MPB e Bossa Nova. O mês cultural será fechado no domingo 31, com apresentação de Caiapó e da banda municipal “Maestro Manuel Ladislau de Mattos”.

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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CONHEÇA O VALE DO PARAÍBA, ATRAVÉS DA HISTÓRIA DA CIDADE DE APARECIDA DO NORTE

História da cidade de Aparecida do Norte

A História da cidade de Aparecida se confunde e se mistura com a História da Santa Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Teve seu início em meados de 1717, quando chegou a notícia de que o Conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida e Portugal, Governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, iria passar pela pequena Vila de Guaratinguetá, a caminho de Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto.
Entre outras providências, era necessário que pescadores da região trouxessem do Rio Paraíba quantospeixes lhes caíssem na rede, a fim de promoverem o banquete que deveria servir ao ilustre visitante e à sua comitiva, composta por auxiliares e muitos escravos. Grande quantidade de pescado deveria ser salgada para quando estivessem viajando pelo descampado das Minas Gerais até Vila Rica. Pretendia-se mostrar a Dom Pedro os recursos do pequeno vilarejo.
Mesmo não sendo boa época para a pesca, pescadores foram convocados; entre eles Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso.
Colocaram suas canoas no Rio Paraíba, jogaram a rede várias sem sucesso; pararam desanimados e abatidos pelo cansaço no Porto Itaguaçú. Numa última tentativa, João Alves jogou mais uma vez sua rede, e sentiu algo pesado ao puxar as primeiras malhas.
Surpreendeu-se ao puxá-la e encontrar uma imagem sem cabeça, com anjos esculpidos ao redor dos pés. Espantado, lançou novamente a rede e o que veio à tona foi a cabeça da imagem, que se ajustava perfeitamente ao corpo anteriormente encontrado. Após encontrar, e reunir, o corpo e a cabeça da imagem de Nossa Senhora da Conceição, os peixes surgiram em abundância, para os três dedicados pescadores.
Durante quinze anos, a imagem foi protegida por Filipe Pedroso e sua família, em sua casa, onde se reuniam vizinhos e parentes para rezar e adorar a Santa, que se tornava conhecida pelos milagres que realizava. Atanásio Pedroso, filho de Filipe, construiu um oratório para a Santa, que logo se tornou pequeno, devido ao grande número de devotos que por ali passavam. Por volta de 1734, o Vigário de Guaratinguetá, com autorização do Bispo do Rio de Janeiro, construiu a Capela do Morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública, inaugurada em 26 de junho de 1745. Porém, o número de devotos aumentava, e exigia uma igreja maior, cuja construção iniciou-se em 1834 e foi concluída em 1888, sendo elevada a Basílica Menor, em 29 de abril de 1908. O Distrito de Aparecida foi criado pela Lei Provincial nº 19, em março de 1842, recebendo foros de Vila. Vinte anos depois, em 17 de dezembro de 1928, a Vila que se formou ao redor da Capela do Morro dos Coqueiros tornou-se município, emancipando-se de Guaratinguetá, pela Lei nº 2.312. Em 1929, Nossa Senhora foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial, por determinação do Papa Pio XI.
O crescente aumento do número de romeiros e de devotos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida fez com que surgisse a necessidade de construir-se um templo bem maior. Por iniciativa dos Missionários Redentoristas e dos Senhores Bispos, teve início em 11 de novembro de 1955, a construção do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o maior Santuário Mariano do mundo. A planta, elaborada pelo arquiteto Benedito Calixto de Jesus, reúne um conjunto arquitetônico em forma de cruz de Santo André. Em 1980, ainda em construção, foi consagrada pelo Papa João Paulo II, recebendo o título de Basílica Menor. Foi declarada oficialmente, em 1984, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB – Basílica de Aparecida Santuário Nacional.

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terça-feira, 5 de janeiro de 2010

CONHEÇA A HISTÓRIA DO VALE DO PARAÍBA

História do Vale do Paraíba

O Vale do Paraíba é uma região sócio-econõmica que abrange o Leste do Estado de São Paulo e Oeste do Estado do Rio de Janeiro, e que se destaca por concentrar uma parcela considerável do P.I.B do Brasil. O nome deve se ao fato de que a região é parte inicial da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. Deve-se ressaltar que o nome refere-se apenas a uma região com certas características sócio-econõmicas, já que o rio Paraíba do Sul estende-se ao longo de quase todo o comprimento de todo o Estado do Rio de Janeiro e separa parte deste Estado do Estado de Minas Gerais.
Localiza-se as margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), exatamente entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo.
A população somada de todas as cidades da região é de quase 3,3 milhões de habitantes. As cidades mais importantes da região são:
No lado Fluminense: Volta Redonda, Rezende, Barra Mansa e Barra do Piraí.
No lado Paulista: São José dos Campos, Taubaté, Pindamonhangaba, Jacareí, Guaratinguetá, Lorena e Cruzeiro.
Outras cidades que compoem a região são:
No lado Fluminense: Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Barra do Piraí, Porto Real, Guatiz e Rio Claro.
No lado Paulista: Aparecida, Arapeí, Areias, Bananal, Caçapava, Cachoeira Paulista, Campos do Jordão, Canas, Caraguatatuba, Cunha, Guararema, Guaratinguetá, Igaratá, ilha Bela, Jacareí, Jambeiro, Lagoinha, Lavrinha, Monteiro Lobato, Moreira César, Natividade da Serra, Paraibuna, Piquete, Potim, Que Luz, Redenção da Serra, Roseira, Salesópolis, Santa Branca, Santa Izabel, santo Antonio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São José do Barreiro, São Luiz do Paraetinga, São Sebastião, Silveiras, Tremembé e Ubatuba.
A história do Vale do Paraíba está intimamente ligada ao ciclos econômicos do café, período em que deu prestígio e poder político à Região. À respeito da cidade de Lorena que começou seu desenvolvimento com o ciclo do ouro nos anos de 1700 devido à passagem pelo Rio Paraíba do Sul.
No início do século XX, um grupo de religiosos da Ordem Trapista se instalou na fazenda Maristela, em Tremembé, e introduziu a cultura do arroz nas Várzeas do rio Paraíba do Sul, além das novas técnicas de plantio e irrigação.
A produção de leite foi introduzida com a decadência do café, ocorrida a partir da crise econômica mundial de 1929.
Durante a década de 1940, foi construída e começou a operação da primeira ciderúrgica integrada do Brasil, a CSN, instalada em Volta Redonda.
A partir da década de 1950, a Região industrializou-se rapidamente. Nesta época, destaca-se a criação do Instituto Tecnológico da Aeronáutica, a conseqüente instalação da indústria aeronáutica com a criação da Embraer em São José dos Campos e a fábrica veicular Volkswagen e eletrônicos LG, ambas na cidade de Taubaté.

Agropecuária

A agropecuária é de grande importância para vários Municípios dessa Região.
O Vale do Paraíba é o segundo maior pólo produtor de leite do País. Por questões conjunturais, a produção de leite se encontra em decadência, mas ainda sustenta grande parte da população rural dos pequenos Municípios.
O arroz é um dos mais importantes produtos agrícolas da Região atingindo na safra de 2002/2003, a marca de 850 mil sacas de 60 KG.

Ensino Superior

O Vale do Paraíba é uma Região com grande concentração de instituições de ensino superior, dentre as quais destacam-se as públicas: ITA, Unitau, Unifesp, USP e Unesp. Na Região também estão situadas a Univap, Unisal e a Fatea. No Vale do Paraíba também estão localizados vários Campos da Unesp, UFF, UERJ, Unifei, um pólo do Sederj, unidades da Fatec, Faetec e Etep.
Estas instituições destacam-se no ambiente de ensino nacional pelos seus cursos em tecnologia.

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segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Entrevista com o Promotor Marcelo Pedroso na Folha de São Paulo

21 de dezembro de 2009 Da Folha de S. Paulo*
FOLHA – O senhor é conhecido por atuar ao lado do MST e de entidades ambientais. Esse é o papel de um promotor?
MARCELO GOULART – desde a promulgação da Constituição de 1988. O membro do Ministério Público é agente político e, hoje, tem a incumbência constitucional de defender o regime democrático e implementar a estratégia institucional de construir uma sociedade livre, justa e solidária.
Não há o risco de se aproximar demais de entidades das quais deveria manter distância?
Os membros do Ministério Público têm clareza do seu papel social, dos limites de suas funções e do uso do instrumental jurídico de que dispõem. Assim, a aproximação entre Ministério Público e as forças progressistas da sociedade torna-se inevitável e necessária. É um bem, não é um mal.
Como o sr. distingue as entidades progressistas das outras?
As forças sociais democráticas são aquelas que assumem o compromisso de implementar o projeto democrático da Constituição de 1988. A Constituição definiu para o país um modelo de Estado social e de democracia participativa. Os sujeitos políticos que atuam na defesa desse projeto são aliados naturais do Ministério Público na luta pela construção da hegemonia democrática. Não é difícil identificá-los.
Por que os produtores rurais não seriam progressistas?
Aqueles grupos que defendem um modelo de agricultura social e ambientalmente sustentáveis estão no campo democrático. Aqueles que, ao contrário, defendem um modelo que leva ao descumprimento da função social do imóvel rural estão no campo dos adversários do projeto democrático da Constituição da República. Esses defendem o padrão de produção agrícola hoje prevalecente no Brasil.
Que padrão é esse?
O padrão que gera a concentração fundiária, que utiliza de forma inadequada os recursos naturais e que degrada o ambiente por ser baseado na monocultura e na agroquímica. É um padrão concentrador da propriedade, da renda, da riqueza e do poder político. Por isso, contraria o projeto da Constituição.
Entre as empresas processadas pelo senhor, estão algumas conhecidas pela produção de açúcar orgânico, sem agrotóxico.
Não vamos nos enganar. Algumas usinas fazem açúcar de ótima qualidade, orgânico, sem agrotóxico. Mas se negam a fazer acordos conosco na questão da reserva legal. E a lei é clara: as propriedades rurais devem manter ao menos 20% da área com floresta permanente.
E se o desflorestamento ocorreu antes, por outros proprietários e sob o respaldo de outras leis?
Não existe direito adquirido contra o ambiente. As normas de ordem pública, como as ambientais, aplicam-se não somente aos fatos ocorridos sob sua vigência, mas também aos efeitos dos fatos ocorridos anteriormente à sua edição. Não permitir, hoje, a reparação com o reflorestamento das reservas florestais legais é castigar o planeta e a sociedade à sanha do mercado.
O que o senhor acha do álcool combustível?
A queima do combustível álcool também polui, e o processo de produção do álcool é sujo. Temos a queima da cana, o desmatamento, o uso incontrolado de insumos químicos. Além da superexploração do trabalho. Mais: a produção do álcool exige economia de escala, que somente se viabiliza nesse padrão de produção baseado na monocultura e na concentração fundiária. São Paulo está se tornando um grande canavial. O futuro não está no álcool, mas em outras alternativas, como o hidrogênio e a eletricidade. Diria que o álcool é um combustível de transição. Não terá vida longa.
A monocultura mecanizada não é uma tendência inexorável da agricultura mundial?
Claro que não. Não é assim na Europa. Precisamos discutir outros modelos. Temos um pensamento único por parte da elite dirigente nacional em relação à agricultura.
Segundo estudo do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), os assentamentos concentraram metade do desmatamento na Amazônia. O que o sr. acha disso?
Não há sentido em desapropriar grandes imóveis rurais que descumprem a função social para, no mesmo local, implantar assentamentos antiambientais. Daí a importância da participação do Ministério Público no acompanhamento do desenvolvimento dos assentamentos.
O senhor foi muito criticado no episódio da desapropriação da fazenda da Barra, dentro de Ribeirão Preto. Como foi isso?
É. Fizemos reforma agrária nas barbas da capital do agronegócio. Havia grandes passivos ambientais e a suspeita de improdutividade. Instaurei um inquérito ainda no governo FHC. Chamei o superintendente do Incra e disse: precisa abrir processo administrativo de desapropriação. Ele abriu. Chamaram-me de Robespierre, de promotor maluco. A desapropriação acabou saindo, já no governo Lula.
A área da fazenda da Barra parece inóspita, incipiente. A experiência deu errado?
Inóspito, não. Incipiente, sim. Ali será implantado assentamento agroforestal cujas bases são objeto de discussão no âmbito de inquérito civil instaurado pela Promotoria de Justiça. O que está faltando é maior agilidade do Incra na implantação da infraestrutura básica a viabilizar a produção e o reflorestamento. Dinheiro do BNDES para grandes usinas, tem. Outro dia saiu um empréstimo de R$ 80 milhões para uma delas.
Por que a promoção da reforma agrária deveria ficar a cargo de promotores?
O papel do Ministério Público é claro: defender a função social da terra e o direito difuso à reforma agrária, utilizando os instrumentos jurídicos que a Constituição e as leis lhe conferem, firmando aliança com os setores da sociedade civil que tenham o mesmo objetivo. A atuação radicalmente contrária a essa está presente na história desse país desde as capitanias hereditárias. Seus agentes são por demais conhecidos; com eles o Ministério Público da Constituição de 1988 não se alinhará.
Como o sr. definiria uma propriedade rural que não cumpre sua função social?
A improdutiva, a que utiliza de forma inadequada os recursos naturais, degrada o ambiente ou impõe condições sub-humanas de trabalho.
Uma área produtiva que não se curve à sua definição de função social pode ser desapropriada?
Minha definição, não. A da Constituição. Juridicamente, pode. Agora, tem muita propriedade antes dessa para ser desapropriada. Tem que começar pelos casos mais graves.
O senhor parece não gostar de grandes propriedades rurais.
No meu horizonte utópico não está presente um grande número de usinas de açúcar e álcool, por exemplo. No meu horizonte utópico estão a policultura, a geração de postos de trabalho no campo e a agricultura orgânica. Está o acesso do povo à terra, que é um direito fundamental negado desde o descobrimento. A estrutura fundiária brasileira é uma das principais razões de nosso subdesenvolvimento.
O senhor é socialista?
Como promotor de Justiça, sou defensor da Constituição, do projeto democrático. Essa é a minha missão. Minhas convicções pessoais são só isso: minhas convicções pessoais.
Quais convicções?
Utopicamente? Acredito na possibilidade de construir uma sociedade socialista. Sob um ponto de vista gramsciano, se avançarmos na linha da Constituição, vamos dar grandes passos para, no futuro, caminhar para uma sociedade socialista.
Como é que isso ocorreria?
A partir do momento em que os princípios sociais da Constituição forem sendo efetivamente conquistados, não só no papel, mas na realidade, haverá um choque lá na frente. Teremos de discutir, por exemplo, como é que a dignidade da pessoa humana pode conviver com o direito de propriedade. E assim por diante.
Mas a Constituição não protege o direito à propriedade?
A propriedade tem que cumprir a função social. O direito de propriedade não é absoluto. O imóvel que não cumpre a função social deve ser desapropriado. Não é uma opção. Está lá na Constituição.
Temos que construir uma sociedade livre, justa e solidária. Isso só vai acontecer quando desconcentrarmos a terra.
O senhor já teve alguma experiência política?
Em 1991, afastei-me do Ministério Público para ser candidato a prefeito de Jardinópolis pelo PT. De quatro candidatos, consegui a façanha de não ficar em último. Fiquei em terceiro. Desfiliei-me e voltei à instituição.
[Antonio] Gramsci [pensador marxista italiano], a quem o sr. admira, atribui a força unificadora da sociedade, que Maquiavel atribuía ao Príncipe, a um partido. Por isso ele chamava o partido -no caso, o comunista- de “Moderno Príncipe”. Que partido, na sua opinião, ocupa a função de Moderno Príncipe no Brasil?
Hoje não faz sentido pensar em partido político. São as forças democráticas que cumprem uma função hegemônica e que, articuladas, logo avançam a batalha das ideias, na imprensa, no Ministério Público, nas instituições. E criam a base cultural para as mudanças políticas e econômicas. Esse é o caminho democrático da construção de uma sociedade livre, justa e solidária.
O senhor tem chefe?
Não existe hierarquia funcional no Ministério Público. Um de nossos princípios é o da independência funcional, que ganhou força com a Constituição de 1988. Esse princípio serve para proteger o membro do Ministério Público das pressões do poder político, econômico e interno.

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sábado, 31 de outubro de 2009

imprensa livre é imprensa privada?

Imprensa livre é imprensa privada?

Por Emir Sader – Carta Maior – do Rio de Janeiro

A ideologia liberal – dominante nestes tempos – costuma caracterizar se um país é democrático, pelo seu regime político, fazendo suas perguntas clássicas: Se há pluralismo partidário, separação de poderes no Estado, eleições periódicas e imprensa livre. Não contempla a natureza social do país, se há universalização de direitos básicos, se se trata de uma democracia social ou apenas do sistema político.
Um dos problemas dessa visão redutiva que marca o liberalismo, seccionando a esfera político-institucional do resto da formação social, é que vai buscar a resposta no lugar errado. Saber se um país é democrático é saber se sua sociedade é democrática. O sistema político é uma parte dela e deveria estar em função não de si mesmo, mas de criar uma sociedade democrática.
Mas o pior desses critérios é tentar fazer passar que imprensa privada é critério de democracia. Imprensa privada (isto é, fundada na propriedade privada, na empresa privada) como sinônimo de imprensa livre é uma contradição nos termos. Imprensa centrada na empresa privada significa a subordinação do jornalismo a critérios de empresa – lucro, custo-benefício, etc. . etc., a ser financiado por um dos agentes sociais mais importantes – as grandes empresas. O que faz com que a chamada imprensa “livre” seja, ao contrário, uma imprensa caudatária dos setores mais ricos da sociedade, presa a seus interesses, de rabo preso com as elites dominantes.
A chamada imprensa “livre” representa os interesses do mercado, dos setores que anunciam nos veículos produzidos por essas empresas, que são mercadorias, que transformam as noticias e as colunas que publicam em mercadorias, que são compradas e vendidas, como toda mercadoria.
Antes de serem vendidos aos leitores, os jornais – assim como os outros veículos – são primeiro vendidos às agencias de publicidade, que são os instrumentos fundamentais de financiamento da imprensa “livre”. “Um anúncio de uma página em Les Echos (publicação econômica francesa), com tarifa normal, rende mais do que a totalidade de suas vendas nas bancas” – diz Serge Halimi, em artigo no Le Monde Diplomatique de outubro.
São então “livres” de quê? Do controle social, da transparência do seu financiamento, da construção democrática da opinião pública. Prisioneiros do mercado, dos anúncios, das agências de publicidade, das grandes empresas privadas, do dinheiro.
Uma imprensa livre, democrática, transparente, não pode ser uma imprensa privada, isto é, mercantil. Tem que ser uma imprensa pública, de propriedade social e não privada (e familiar, como é o caso das empresas jornalísticas brasileiras).
A Conferência Nacional de Comunicação, a ser realizada em novembro, é um momento único para redefinir as leis brasileiras, promovendo a construçãao e o fortalecimento de uma imprensa realmente livre, democrática, transparente, pública.
Emir Sader é jornalista.

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quinta-feira, 2 de julho de 2009

EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA

O Blog Visão Inclusiva apóia a promoção da mulher, sua igualdade de oportunidade e de direito, no qual todos e todas devemos visar exclusivamente a erradicação do preconceito e a exclusão social.

Aguinaldo Dátola
Educador

EDUCAÇÃO NÃO SEXISTA

EDUCAÇÃO NÃO-SEXISTA é uma educação que busca promover a igualdade entre homens e mulheres. É necessário implementar novas idéias e valores que não reforcem a concepção de um mundo masculino superior ao feminino; que não limitem a capacidade e autonomia feminina; mas que ao contrário, estabeleçam condições de igualdade de oportunidades para ambos os sexos. O modelo que nos apresentam é de um mundo formado por homens e dirigido por eles. A mulher é apresentada como um apêndice, um ser quase imperceptível apenas coadjuvante na construção da sociedade. Transformar esse modelo exige determinação, atenção e disposição. Para se combater esta educação sexista deve-se evitar grupos por sexo, fazer leituras críticas dos livros didáticos a partir da perspectiva de gênero, analisar a realidade da sociedade brasileira e a importância da mulher nessa sociedade, acabar com os estereótipos que enclausuram homens e mulheres em mundos divididos e rígidos padrões de comportamento. Precisamos refletir também sobre gênero em nossas práticas e instituições sociais.

Outro aspecto na minha opinião é o conhecimento que temos e o que podemos ter acerca dos atores principais na tarefa educativa. Refiro-me aos e às docentes. O magistério, isto é, as professoras e os professores têm tido um papel destacado em lutas históricas, das quais temos obtido grandes conquistas. No entanto, ainda é pequeno o trabalho desenvolvido sob a perspectiva de gênero para potencializar a educação como um verdadeiro instrumento de democracia e equidade para o futuro que desejamos. Só assim a escola poderá certamente contribuir para uma maior igualdade entre homens e mulheres no conjunto da sociedade, à medida que caminhar na direção de uma educação não-sexista, que contribua para superação de preconceitos e para a construção de pessoas comprometidas com a igualdade de direitos entre os sexos.

As mulheres assim como as mães e professoras muitas vezes reproduzem o machismo e as idéias dominantes na sociedade, que pregam a suposta inferioridade das mulheres em relação aos homens. Não podemos nos esquecer de que as idéias dominantes na sociedade são dominantes justamente porque estão na cabeça da maioria dos homens e das mulheres também. Essas idéias são repetidas à exaustão na família, na escola, nas igrejas, nos meios de comunicação, e não é de se estranhar que muitas mulheres se convençam delas. Mulheres que pensam diferente, principalmente as que se organizam nos movimentos de mulheres, têm que ter muita coragem para expor suas idéias, porque os que pensam como a maioria faz de tudo para ridicularizá-las e diminuir a importância do que estão dizendo.

Considerando-se que somos educadas (os) d esde pequenas (os) para representar papéis criados social e culturalmente e com os quais estamos tão acostumadas (os) que até parecem “naturais”, vemos que é na família, na escola e no resto de nossas vidas que aprendemos e incorporamos estes papéis sociais. Assim, meninos e meninas são educados de forma diferente e nesta educação diferenciada vamos encontrar uma das bases para a atual submissão da mulher.

Relaciono a seguir algumas propostas para eliminar no seio da família e da escola a educação sexista:

Na Família

I – O modelo é fundamental: se a criança presencia todo o tempo à desigualdade entre o homem e a mulher em casa, as atitudes educativas terão um resultado bem menor. Mas não desista, qualquer atitude é melhor que nada.
II – No geral, tente se aproximar da criança pelo que ela é, e não pelo que você deseja ou imagina que ela seja.
III – Reforce a solidariedade entre meninos e meninas através de uma divisão de tarefas variadas e sem rigidez.
IV – Valorize o trabalho doméstico como uma necessidade de todos (as) para uma convivência saudável e sem exploração de um sobre o (a) outro (a).
V – Possibilite todos os tipos de brinquedos as meninas, sem negar as bonecas e utensílios domésticos. De igual forma possibilite bonecas (os), casinhas aos meninos. Todos os brinquedos atuam como facilitadores para o desenvolvimento de papéis na vida futura: é importante o menino lidar com bonecas (criança) e a menina com carrinhos (estar fora de casa, senso de direção para ser motorista), etc.
VI – Não entre em pânico se seu filho ou filha aparecer com algum acessório considerado “do outro sexo”. A identidade sexual não se mede por um brinco, botina ou cabelo comprido. Tudo é questão de costume cultural.

Na Escola

I – Elimine sumariamente divisões por gênero (meninas e meninos); existem muitas maneiras criativas de se organizar filas e grupos de atividades. Facilite às meninas atividades de movimentos na hora do recreio; na educação física, caso não consiga mesclar meninos e meninas, ao menos estimule pontos de contato em jogos grupais. Melhora o relacionamento entre eles (as) reforça o lado prazeroso do esporte e aumenta a disponibilidade de utilizar o corpo para as meninas.
II – A lista de chamadas deve ser por ordem alfabética. É mais fácil e justo.
III – Faça uma leitura crítica dos manuais sempre que estiver utilizando-os: qual o papel das mulheres; se as mulheres ativas profissional e politicamente aparecem ali como as cientistas que realizaram descoberta e as atletas que bateram recordes.
IV – Solicite ajuda em classe sem distinção de gênero.
V – Atue sobre as relações entre meninos e meninas. A sua passividade reforça o estereótipo. A sua aprovação ou negação terá valor para elas (es) e cabe ao professor (a) propor alternativas.
VI – Estimule outros valores nas meninas como a inteligência, coragem e espírito científico. Nos meninos apóie o valor de organização, afetividade e sensibilidade artística. Na adolescência redobre os cuidados. – Evite piada ou crítica às crianças baseadas no seu gênero, por exemplo: “você parece uma mulherzinha tagarela”, aos meninos, ou “corre feito menino”, a uma menina. Além de humilhar o ego infantil ou juvenil ainda reforça as características negativas do gênero oposto.
VII – Professor (a) pode brincar e jogar com meninos e meninas sem distinção. Lembre-se a prática é sempre mais forte do que o discurso.

Elaine Barros Cunha
Pedagoga e Assessora Técnica

Fonte: Conselho Estadual da Mulher-SP

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quarta-feira, 1 de julho de 2009

NOTÍCIA: CRIANÇAS E ADOLESCENTES LEEM MAIS DO QUE OS ADULTOS, APONTA PESQUISA

Crianças e adolescentes leem mais do que os adultos, aponta pesquisa

Uma pesquisa da Câmara Brasileira do Livro mostra que crianças e adolescentes leem mais do que os adultos. Os pais podem ajudar a criar esse bom hábito entre as crianças. Na casa de Angélica Carvalho, os filhos adoram jogos eletrônicos. “Se eu deixar e não interromper, eles vão ficar a tarde toda, mais de seis horas seguidas.”

Segundo Miriam Paúra, pedagoga da Uerj, a recomendação para os pais é incentivar os filhos a lerem desde pequenos. “Compre um determinado livro e comece a ampliar a história [para criar interesse]”, afirma.

Especialistas apontam que não há nada melhor do que dar o exemplo e ler junto com os filhos. Antes mesmo da alfabetização (de 1 a 6 anos de idade), é possível criar um interesse pela leitura. O pai deve contar a história com o livro aberto, apontando para as figuras.

Depois da alfabetização (entre 6 e 8 anos), o filho deve participar e ler parte do livro, como algumas frases e um parágrafo. Um livro pequeno pode ser lido várias vezes.

A partir dos 8 anos, quando o leitor se torna independente, é importante não fazer da leitura um castigo nem obrigação.

Fonte: Condeca: Conselho Estadual dos Direitos da Criança e Adolescente-SP.

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sexta-feira, 26 de junho de 2009

COMO SE COMPORTAR FRENTE A UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

1. APRESENTAÇÃO:

Este manual foi elaborado com o objetivo de informar e orientar a todos, de como podemos nos comportar frente a uma pessoa com deficiência no dia a dia, trazendo de forma simples e agradável dicas de convivência. Ao ler este manual, você descobrirá que não há mistérios e nem barreiras para se relacionar com pessoas com deficiência, basta respeitar suas condições de acordo com suas especificidades.
É importante saber que em qualquer sociedade as pessoas com deficiência possuem os mesmos direitos de acesso aos bens sociais, sem distinção. Se entendermos que antes da deficiência estamos nos relacionando com seres humanos, fica bem mais fácil convivermos de maneira harmônica e, nunca devemos esquecer, que a tolerância e o conhecimento eliminam o preconceito.

2. DEFICIÊNCIA FÍSICA

Se a pessoa usar uma cadeira de rodas, é importante se posicionar à frente dela para conversar, pois é incômodo ficar olhando para o lado. Se a conversa for demorar mais tempo do que alguns minutos, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos num mesmo nível, pois é desconfortável ficar olhando para cima.
A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Agarrar ou apoiar-se na cadeira de rodas é como agarrar ou apoiar-se numa pessoa sentada numa cadeira comum. Isso muitas vezes é simpático, se vocês forem amigos, mas não deve ser feito se vocês não se conhecem. Nunca movimente a cadeira de rodas sem antes pedir permissão para a pessoa. Empurrar uma pessoa em cadeira de rodas não é como empurrar um carrinho de supermercado. Quando estiver empurrando uma pessoa sentada numa cadeira de rodas, e parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente, para que a pessoa também possa participar da conversa.
Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater nas pessoas que caminham à frente. Para subir degraus, incline a cadeira para trás para levantar as rodinhas da frente e apoiá-las sobre a elevação. Para descer um degrau, é mais seguro fazê-lo de marcha à ré, sempre apoiando para que a descida seja sem solavancos. Para subir ou descer mais de um degrau em seqüência, será melhor pedir a ajuda de mais uma pessoa. Também é mais aconselhável descer de ré as rampas muito inclinadas, para impedir que aquelas pessoas que não têm um bom controle de tronco caiam da cadeira.
Se você estiver acompanhando uma pessoa deficiente que anda devagar, com auxílio ou não de aparelhos ou bengalas, procure acompanhar o passo dela. Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência. Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve fazê-lo. As pessoas têm suas técnicas pessoais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até mesmo atrapalhar. Outras vezes, a ajuda é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada.
Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça ajuda imediatamente. Mas nunca ajude sem perguntar se e como deve fazê-lo. Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física. Nunca estacione numa vaga reservada para pessoas com deficiência. Essas vagas, demarcadas com o Símbolo Internacional de Acesso (um desenho de cadeira de rodas pintado na cor branca sobre um fundo azul), geralmente, são mais largas para permitir que a pessoa se aproxime do veículo e possa fazer a transferência da cadeira de rodas para o banco do carro e vice-versa. Nunca estacione em guias rebaixadas, nem sobre a calçada.
Pessoas com paralisia cerebral podem ter dificuldades para andar, podem fazer movimentos involuntários com pernas e braços e podem apresentar expressões estranhas no rosto. Não se intimide com isso. São pessoas comuns como você. Geralmente, têm inteligência normal ou, às vezes, até acima da média. Se a pessoa tiver dificuldade na fala e você não compreender imediatamente o que ela está dizendo, peça para que repita. A paralisia cerebral impõe necessidades específicas por isso é muito importante respeitar o ritmo da pessoa. Geralmente necessita de mais tempo naquilo que faz, como andar, falar, pegar as coisas, etc. Tenha paciência ao ouvi-lo, pois a grande maioria tem dificuldade na fala. Muitas pessoas confundem esta dificuldade e seu ritmo lento com a deficiência mental. Nunca trate a pessoa com paralisia cerebral como criança ou incapaz. Lembre-se a pessoa com paralisia cerebral não é portador de uma doença grave, contagiosa. A paralisia cerebral é fruto de uma lesão cerebral ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controle dos músculos do corpo. Não se acanhe em usar palavras como “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras. Trate a pessoa com deficiência com a mesma consideração, respeito e naturalidade que você usa com as demais pessoas.

3. DEFICIÊNCIA MENTAL

A pessoa com deficiência mental leva mais tempo para aprender e compreender solicitações. Tenha paciência. Favoreça sua inclusão, estimulando-a a cooperar, interagir, relacionar-se, reforçando as respostas e posturas positivas. Respeite o ritmo de fala, de trabalhos e de aprendizagem da pessoa com deficiência mental.

Deve-se falar de maneira e com ritmo adequado (nem muito rápido e nem muito lento), sem o uso de palavras no diminutivo para que a fala não seja infantilizada. Dê-lhe mais tempo para responder, fazendo uma pergunta de cada vez, utilizando instruções claras e simples.
Ao solicitar algo que a pessoa com deficiência mental não consiga fazer, dê-lhe o modelo, primeiramente, certificando-se sempre que a mesma compreendeu. Evite a superproteção. Permita que a pessoa com deficiência mental faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Auxilie apenas quando for realmente necessário.
A obediência às regras sociais também devem ser solicitadas às pessoas com deficiência mental. Todo e qualquer comportamento ou condutas inadequadas devem ser trabalhados e orientados de imediato com postura firme e clara. As pessoas com deficiência mental, sentem raiva, tristeza, desejos como qualquer pessoa. A pessoa com deficiência mental perdida na rua pode ficar muito nervosa e não conseguir se identificar. Acalme-a primeiramente e faça perguntas simples para auxiliar sua identificação. Pergunte também se a pessoa não possui algum cartão/carteirinha de identificação. Chame a pessoa com deficiência mental pelo nome e não pelo seu quadro clínico ou deficiência, como por exemplo: “Esse é o João!”.

ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS:

O que é Epilepsia?

As epilepsias são condições físicas, singulares, que ocorrem quando surgem, inesperadamente, mudanças breves e repentinas no funcionamento bio-elétrico do cérebro. Para fins de compreensão e desmistificação comparemos uma crise (ou ‘ataque’) epiléptico a um “curto circuito” momentâneo que afeta nossas células nervosas, como parte de uma disfunção do Sistema Nervoso Central, podendo ocorrer uma perda de consciência momentânea, acompanhada de outros distúrbios (como os abalos musculares, movimentos bruscos, perda do equilíbrio corporal, alterações dos movimentos e das ações de uma pessoa, na dependência do tipo de epilepsia que o acomete). AS EPILEPSIAS PODEM ATINGIR QUALQUER PESSOA, INDEPENDENTEMENTE DE SUA RAÇA, IDADE OU NACIONALIDADE.

COMO RECONHECER E O QUE FAZER?

Como reconhecer uma crise: Existem alguns sinais associados ou não, que sugerem uma crise epiléptica. Um bebê ou criança estando sentada tranqüilamente cai subitamente para frente e bate a cabeça;
Quedas súbitas sem razão aparente;
Revira os olhos e pisca com muita freqüência;
Age como se estivesse bêbada ou sonolenta (sem estar de verdade);
Movimenta braços e pernas sem conseguir parar;
Cai subitamente e fica rangendo os dentes;
Fica estremecendo o corpo todo.

O que fazer durante uma crise?

Manter a calma, afastar os objetos que possam machucar a pessoa;
Deitar a pessoa em um local quando possível;
Colocar algo suave embaixo da cabeça: uma blusa ou as mãos;
Virar suavemente a cabeça da pessoa para o lado, de maneira que a saliva escorra e não impeça a respiração;
Não tente introduzir nenhum objeto na boca da pessoa, (pode quebrar os dentes) a pessoa não vai engolir a língua, ela está presa no fundo da boca;
Não tente segurar a pessoa em crise, para controlar os tremores do corpo;
Não jogue água e nem ofereça nada para a pessoa beber, comer ou cheirar no momento da crise;
Permanecer ao lado da pessoa até terminar a crise;
Em alguns casos após a crise epiléptica a pessoa pode dormir, não tentar acordá-la. Esperar pacientemente;
Após a crise, ofereça ajuda e caso seja aceita, pergunte como deve fazê-lo.

4. DEFICIÊNTE SURDO/CEGO

Observe como a pessoa que está acompanhando a pessoa surdocega se comunica com ela.
Se possível, identifique um meio de comunicação preferido pela pessoa surdocega antes de iniciar o contato. Fazendo isso, você terá importantes informações de como utilizar as formas de comunicação; por ex: em letras grandes (escrita ampliada), através do computador e outras técnicas.
Quando se aproximar de uma pessoa surdocega, permita que ela perceba que você está perto dela, com um toque simples em sua mão.
Informe-a sempre que sair de perto dela, mesmo que seja por um período de tempo curto.
Se você escutar uma pessoa surdocega fala, não suponha que ela possuí audição para ouvir sua voz, aproxime-se dela.
Se você observou que uma pessoa surdocega está lendo algo impresso, você pode escrever em letra de forma e com caneta hidrográfica preta ou azul escura no papel branco ou amarelo (para ter contraste) para se comunicar com ela.
Observe como o guia-intérprete utiliza a LIBRAS com a pessoa surdocega. É importante notar a distância entre essas pessoas para a comunicação. A pessoa surdocega pode precisar que a LIBRAS seja feita no seu campo visual.
Quando caminharem deixe que a pessoa surdocega segure o seu braço ou coloque a mão dela no seu ombro. Nunca a empurre à sua frente.
Quando se aproximar de uma pessoa surdocega, acompanhada de seu guia-intérprete, primeiro informe o guia que você deseja comunicar-se com ela.

5. DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA

Observe quais as deficiências que esta pessoa possui ou pergunte a quem a acompanhe.

Se esta pessoa tem deficiência física ou paralisia cerebral associada a outra (s) deficiência (s), siga as orientações do manual de deficiência física e paralisia cerebral.
Se esta pessoa tem deficiência auditiva com outra (s) deficiência (s) associada (s) procure observar qual sua forma de comunicação.
Se esta pessoa tem deficiência visual com outra (s) deficiência (s) associada (s), siga orientações do manual de deficiência visual.
Se esta pessoa tem surdocegueira com outra (s) deficiência (s) associada (s), procure observar qual sua forma de comunicação e siga as orientações do manual de surdocegueira.
Devido às diferentes associações das deficiências, a pessoa com deficiência múltipla tem sempre com eles identificação como endereços e telefones para contatos.

6. DEFICIÊNCIA AUDITIVA / SURDÊZ

Evite a expressão surdo-mudo, utilize apenas a palavra surdo. Saiba que ele pode se comunicar seja através da fala ou língua de sinais.
Quando quiser falar com uma pessoa com deficiência auditiva/surda, acene para ela ou toque em seu braço levemente.
De frente para a pessoa com deficiência auditiva/surda fale normal e pausadamente. Evite desviar o olhar por muito tempo.
A expressão facial é fundamental na comunicação com a pessoa com deficiência auditiva/surda, evite que algo dificulte a visualização de seu rosto.
Se você souber a língua brasileira de sinais (libras), tente usá-la. Caso contrário tente fazer gestos, mímicas ou utilize os recursos visuais ou escrita.
Se tiver dificuldade para compreender o que a pessoa com deficiência auditiva/surda está dizendo, sinta-se a vontade para pedir que repita. Caso seja necessário comunique-se através de bilhete, o que importa é comunicar-se.
Quando a pessoa com deficiência auditiva/surda estiver acompanhada, dirija-se à ela.
Caso seja necessário alguma mudança na sua forma de se expressar a pessoa com deficiência auditiva/surda informará.
Em situações de emergência, não fique nervoso: normalmente as pessoas com deficiência auditiva/surdas têm consigo o endereço escrito de sua residência e telefone para contato.
Quando houver evento em lugares públicos, providencie um(a) interprete da língua brasileira de sinais.

ESCLARECIMENTOS ADICIONAIS

Telefone para Surdos: TS significa Telefone para Surdos – é um aparelho próprio para se comunicar por meio de mensagens escritas, destinado para as pessoas surdas ou deficientes auditivos e da fala. Isso facilita a comunicação entre surdos e ouvintes.
Este aparelho é composto por um visor de legenda, onde é possível ler as mensagens enviadas / recebidas e teclado alfa numérico, onde se digita para enviar as mensagens conectado através da linha telefônica instalado em lugares públicos.
O aparelho permite uma comunicação mais confortável entre os surdos do mundo sem que eles precisem pedir a ajuda de outros ouvintes.

7. DEFICIÊNCIA VISUAL

Se você andar com uma pessoa deficiente visual, deixe que ela segure em seu braço. Não empurre-a e nunca puxe-a pela bengala: pelo movimento de seu corpo, ela saberá o que fazer.
Se você for auxiliar a pessoa deficiente visual a atravessar a rua, pergunte-lhe antes se ela necessita de ajuda e, em caso positivo, pergunte a direção, ela poderá perder a orientação.
Se você for orientá-la, dê direções do modo mais claro possível, tenha a posição do deficiente visual como referência. Use os termos direita ou esquerda, em frente ou atrás, Nunca utilize os termos como: “Ali”, “Lá”.
Se você achar tentador acariciar um cão-guia, lembre-se de que esses cães tem a responsabilidade de guiar uma pessoa que não enxerga. O cão nunca deve ser distraído de seu dever de guia.
Se ela estiver sozinha: Identifique-se ao aproximar-se dela. Nunca empregue brincadeiras como: “Adivinhe quem é?”
Se você estiver em um ambiente com uma pessoa deficiente visual. Nunca deixe uma porta entreaberta. As portas devem estar totalmente abertas ou completamente fechadas. Conservem os corredores livres de obstáculos. Avise-a se as mobílias forem mudadas de lugar.
Se você for a um lugar desconhecido para a pessoa deficiente visual, diga-lhe, muito discretamente, onde as coisas estão distribuídas no ambiente e quais são as pessoas presentes.
Se você apresentá-la a alguém, faça com que ela fique de frente para a pessoa apresentada, impedindo com que a pessoa cega estenda a mão, por exemplo, para o lado contrário em que se encontra essa pessoa.
Se você conversar com uma pessoa deficiente visual, fale sempre em tom moderado e dirija-se diretamente a ela. Utilize naturalmente os termos: “Ver e Cego” sem constrangimentos.
Se você afastar-se do deficiente visual, avise-a, para que não fique falando sozinha.
Se você estiver com ela durante a refeição, pergunte se ela quer auxílio para cortar a carne, o frango ou para adoçar o café, e explique a posição dos alimentos no prato.
Se você observar aspectos inadequados quanto à sua aparência, não tenha receio em avisá-la discretamente sobre sua roupa (meias trocadas, roupas pelo avesso, zíper aberto, etc).
Se você necessita ajudar uma pessoa cega a fazer uso do banheiro, procure ser natural, pois ir ao banheiro não é coisa do outro mundo. Num local público, por exemplo, procure descrever os equipamentos presentes no ambiente. Veja antes se o local a ser utilizado está limpo e diga-lhe onde estão o rolo de papel higiênico e o sexto.
Se possível ou em caso de necessidade, espere por ele e leve-o a pia para lavar as mãos e informe a ele a localização de toalhas e/ou secadores de mãos.
Se a pessoa deficiente for do sexo oposto, procure alguém de mesmo sexo que possa ajudá-lo, aja com naturalidade, pois ele ou ela procurará agir assim também.
Não é necessário a super proteção, mas simplesmente facilitar a vida do deficiente visual.
Fontes de pesquisa: (Cartilha Barueri) Sociedade Pestalozzi de São Paulo; Texto: (Projeto de inclusão de crianças e adolescentes com deficiência em egjs do Mun. de São Paulo); Manual: (como se relacionar com um cego) adevipar – Associação dos Deficientes Visuais do Paraná; Conviva com a diferença: (Carlos Aparício Clemente) (folheto) o que você pode fazer quando encontrar uma pessoa cega – Fundação Dorina Nowill para Cegos; Entrando em contato com a pessoa surdocega (Grupo Brasil de Apoio ao surdocego e ao múltiplo deficiente sensorial); www.entreamigos.com.br/textos.

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